33 mulheres agricultoras, lá do município de Nossa Senhora da Glória, estado de Sergipe, beneficiárias do programa de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) Mulheres Rurais, viajaram até o Assentamento Nova Esperança, no município de Olhos D’Água do Casado, Alagoas, para conhecer atividades econômicas agrícolas e não agrícolas que poderão aplicar nas suas propriedades familiares, com apoio da Assistência Técnica e Extensão Rural pública e os programas de crédito do Governo Federal.

O objetivo do intercâmbio realizado pela parceira da Anater/MDA, a Coopernordestina, segundo o programa da Anater, “é promover a troca de experiências e saberes entre mulheres agricultoras, representantes de organizações parceiras, movimentos sociais do campo, e equipe técnica de ATER, para fortalecer as capacidades individuais e coletivas das mulheres nos processos produtivos, econômicos, sociais, organizacionais, culturais e ambientais das suas propriedades e comunidades.”

O grupo é formado por agricultoras de comunidades rurais, assentamentos de reforma agrária, beneficiárias do Crédito Fundiário, acampadas e quilombolas do alto Sertão Sergipano, participantes do programa de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) Mulheres Rurais, do Governo Federal, que alcança 12,5 mil mulheres em todo o País, além da equipe técnica da parceira da Anater/MDA.

Logo cedinho, a animação tomava conta do ônibus que saiu de Nossa Senhora da Glória- SE para ir até o Assentamento Nova Esperança, no Município de Olhos D’Água do Casado, já no estado de Alagoas, 100 km distante.

O grupo foi recebido pelas mulheres da Associação Pegadas na Caatinga. O café da manhã camponês, com os frutos da produção do Assentamento, deu energia para o dia de atividades!
No intercâmbio entram os desafios e conquistas: foram 2 anos de assentamento e agora já são 26 anos desde a implantação do Assentamento Nova Esperança, com 195 famílias que agora já somam 300, contando filhos e filhas de assentados que constituíram suas famílias e continuam na agricultura.

A principal atividade das famílias é a produção agrícola de milho, feijão, abóbora e mandioca, galinhas, bovinos leiteiros para o consumo, apicultura; frutíferas e hortaliças nos quintais produtivos.
O associativismo é a principal forma de organização: são 4 associações comunitárias. Na mais recente, de 2020, um grupo de 12 jovens, decidiu atuar com o turismo ecológico para valorizar o potencial local. A Associação Pegadas na Caatinga atua na organização das mulheres assentadas em torno do turismo sustentável de base comunitária, explorando as trilhas nos sítios arqueológicos com pinturas rupestres, eios nos cânions, pôr do sol; o artesanato em couro e palha, onde as agricultoras representam artisticamente as tradições locais e a história das famílias assentadas; os bordados em tecido onde gravam espécies da flora nordestina, além da fabricação artesanal de licores e geleias com os frutos da caatinga e dos quintais produtivos familiares.

Essas atividades têm o apoio do INCRA, nos lotes das famílias assentadas, para produção, comercialização e preservação da fauna e flora regional, e do IPHAN, onde ficam os sítios arqueológicos. Os assentados são organizados em 3 agrovilas, com escola municipal do maternal ao 9º ano, que prioriza educadores do assentamento, além de quadra de esporte, possui coleta quinzenal de resíduos e abastecimento com água captada no Rio São Francisco, tratada e armazenada em reservatórios.